quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

BALÃO PRETO


Durante os festejos natalinos de uma cidade do interior havia um homem que vendia balões coloridos, desses que sobem e se perdem no infinito deixando crianças chorando e adultos pasmos.
O vendedor era bom demais em seu ofício e tinha um truque muito interessante e eficaz: de vez em quando soltava um dos seus balões coloridos e isso atraía todos a uma certa distância que logo se acercavam e compravam um balãozinho. Ali perto, estava um menino negro que observava – encantado – o vendedor de seus balões. Astuto que era, percebeu o truque e notou duas coisas: primeiro, que o vendedor soltava os balões toda vez que a quantidade de curiosos a sua volta diminuía e, desse modo, nunca ficava inteiramente sozinho; a segunda, que o vendedor alternava as cores dos balões a soltar: soltava um vermelho, depois um azul, depois um verde e assim por diante. Mas, nunca soltava um balão preto.
Entre curioso e indignado, o menino perguntou ao vendedor de balões:
- Moço, se o senhor soltasse um balão preto ele subiria tanto quanto os outros?
O vendedor de balões sorriu para o menino, cortou a linha que prendia um balão preto e, enquanto ele subia bem alto, disse-lhe:
- Não é a cor, meu filho, é o que está dentro dele que o faz subir.

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